flagrante de Béatrice

Béatrice: olhaí você de novo se achando superior

 

Eu: eu nada!

 

Béatrice: nem vem. engana outro.

 

Eu:tá bom, mas só um pouco, vai…

 

Béatrice: se liga, mina. você tem um metro e meio!

 

Eu: mas tem gente menor.

 

Béatrice: querer ter a última palavra é típico desse estado.

 

Eu: Então quero ver se você é melhor.

 

(…)

 

vá (ou assim falou Beatrice)

então feche os olhos.

vá ficando assim, meio sorrindo. livre a roupa que aperta.

vá ficando assim, meio livre

tire o suor do sacrifício. não, nada sacro. balance o sacro, ao invés.

vire de pernas pra cima,

vá ficando assim, meio vermelha.

vá ficando assim, meio vapor na cabeça, meio carne viva.

latejante.

vá ficando assim, mulher sem vergonha.

vá ficando assim, vida sem medo.

agendando novo café com Beatrice – problemáticas de logística

mas eu te pego no metrô!

não.

de carro!

não.

porra, Beatrice, onde eu vou enfiar um cavalo na minha casa?

são minhas condições.

achei que você poderia vir voando.

não quero estar tão fora da sua realidade, babe. não por enquanto.

(aproveitando) então venha de taxi.

não confio em nada inanimado, ou à base de petróleo.

tá bom, vem de cavalo. deixa ele no jardim.

relaxa que ele é educado. só come a grama.

café com Beatrice numa manhã de sol

Bea: de novo essa coisa do feminino?

Eu: é, Bea. a coisa não esgota.

Bea: pelo menos você soltou essa chata da Loren

(etc) é Lauren.

tanto faz. resolve logo isso aí, preguiça dessa demora. temos assuntos mais urgentes.

mais urgentes que saber quem é a mulher?

ai, bebê. isso é só o começo…

 

mais frases de Beatrice

o medo é uma bússola ao contrário. Se apontou pro norte, corre pro sul. e vice-versa (funciona também na horizontal)

tem gente que fica feliz em ser invejado.  isso é ser caçamba do alheio pagando de divindade, prefiro ser invisível que sentar em trono de coisa-ruim.

frases de Béatrice

“Não gosto de gente que se parece mosquito, inseto cujo gosto duvidoso o faz pousar em bosta”.

“Melancolia mata. Só Lars Von Trier gosta (só pra rimar com bosta)”

“Rotulou? mudei.”

“The book is on the table

the face is on the book”

(da série: antes cretina do que burra)

passeando pelo fogo

– Beatrice, tô derretendo.

– eu sei.

– e você tá junto, não se sinta superior

– tamo junto, babe.

– porra, e cadê teu medo?

– lá debaixo tem gelo. daqui a pouco refresca.

– achei que era só fogo.

– não, fogo só tem no inferno. não percebeu que estamos virando sopa?

– porra, é mesmo!

– então… daqui a pouco melhora, vai ficar mais fresquinho.

– tem certeza que é gelo?

– vai preparando a caipirinha. cachaça boa, por gentileza.

pequenos ajustes

– Por que meu nome é Béatrice, e não Beatriz?

– Pra combinar com Perrier, é óbvio.

– Acho idiota. Você nem sabe falar francês.

– E daí? Você fala em português!

– Então por que esse nome assotacado?

– Porque eu quero.

– Nosso diálogo vai ser sempre assim?

– Espero que não.

– Tu é chata mesmo, hein?! Marrenta!

– Shhhh!

– chiante!

– Ei! não vale falar em trocadilho!

a propósito…

Béatrice não bebe água Perrier. acha coxinha.

aliás, em suas palavras: “90% do que se classifica como sofisticação é coxinhagem cara, e só por isso, exclusiva.”