normalmente, parecem grandes elogios, ou pequenas piadas.
mas são a porta pro fundo do poço.
sobre pais:
“que sorte que ele te ajuda em casa”
“quer dizer que você tem dois meninos na sua casa?” (um é o pai)
“que bom que ele é um pai carinhoso!” (oi? não era pra ser?)
“nossa, ele trabalha e também ajuda a cuidar dos filhos” (variação das anteriores, mas sintetizando o espanto)
(história termina com um moleque-mimado-mimimi – mas ainda pai – posando de herói e secretamente arrependido de ter se metido nessa “roubada” . Ainda achando que merece uma medalha cada vez que pega o filho no colo)
sobre mães:
“como ela é forte!” (como uma mula de carga)
“impressionante como ela dá conta!”
“e ela faz tudo sozinha!”
“tem coisas que só a mãe pode fazer” (isso só vale pra aleitamento. o que nos primeiros 6 meses, significa pelo menos 5 horas do dia dedicadas a isso, no mínimo.)
(história termina com uma mãe-chuck-norris com síndrome de mulher-maravilha completamente esgotada, cheia de medalhas por ter dado conta de tudo melhor que qualquer um.)
no futuro:
O pai nunca deixa de ser filho, e passa a ser filho de seus filhos, mala eterno.
A mãe, depois de anos de raiva acumulada, manda a conta de tudo o que deu conta pros filhos, virando vítima eterna do fardo maternal.
(gente, a Medéia já passou por isso, virou mito, peça grega, até sambinha do Chico. tá na hora de aprender e largar essa carroça, né não?)