em caso de desespero
arrepie os pêlos. sinta, mas não ressinta
não desvie o olhar pra trás do ombro
não desvie os pés pra falsos lados
respire, apenas
suporte as penas
o tremor da mudança apavora
o abraço do nascer
desespera
não sucumba: aguenta a espera
que na noite, outro tempo se engendra.
não podendo parar, então dance.
não podendo falar, siga a reza
que o que está doutro lado, já era
e o porvir ainda é sentimento.
mas resista, não perca o momento
pra nascer
rompe o chão a quimera
e a serpente, enfim livre do pranto
unirá de uma vez céu e terra