Acordei como se a partir daquele dia eu já não fosse mais, contaminada de uma amnésia de tudo o que antes era considerado objetivo. Havia dormido bem? Não sei. Talvez fora abduzida no ato do sono, levada a terras distantes, doutrinada, destrinchada e mandada de volta também com amnésia disso tudo. O fato é que eu flutuava.
Tomar um copo d´água passou a ter mais sentido que me lançar ao doce cotidiano – ao menos era um dos poucos atos para gerar vida, ainda que fosse a minha própria. Assim, tomei cinco copos como quem procura uma resposta ou quer de volta a ignorância – mas a água não perdoa, ela flui, impassível, indiferente às crises humanas, às suas obras e barreiras, para onde tem que ir.
Então fiquei ali, no sol, esperando ter sede novamente.
LINDO
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