abrindo as portas do quarto escuro

Tenho medo do passo em falso

Enquanto deveria temer a certeza

pois não é o pé em suspenso, vacilante e instável, que leva ao passo adiante?


Temo as mudanças

ao invés da estagnação.

Ao contrário, a permanência me conforta

as claras respostas vindas das provas concretas.


Peço para que se cale minha dúvida

meus questionamentos,

conflitos.

Que me deixe em paz nessa ilusória permanência de quem recua frente a ele


O medo


Eu, que deveria temer a realidade

temo a mudança

Eu, que deveria temer a certeza,

torturante necessidade

do acerto,

calo minha infantil curiosidade.

Minha intransigente faísca que me impede a certeza absoluta de coisa alguma


Eu, que deveria

deverei,

devo. (embora não saiba o que)


Tenho medo do escuro

mas não entendo o que é a luz.

Só, a sós, sinto seu sibilar

ao passar acerca o livre vento da mudança nas horas boas e mágicas em que o medo se veste de paz.

E dá lugar à fé.

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