morra, eletropaulo!

Ontem cortaram minha luz.

No meio do dia, sem mais nem menos. Chegou um técnico aos berros e simplesmente desligou um botão. Ou virou uma chave, não entendo dessas coisas.

O fato é que no meio da tarde me vi sem luz.

Preferi chamar de indignação, por ser tratada como criminosa por uma porcaria de prestadora de serviços. Monopólica. Mas não era, era mais. Indignação leva, por oposição, a uma postura digna. Mas não foi. Foi uma raiva gigante, das entranhas, como se alguém tivesse, sem aviso prévio (como de fato, foi), me atirado à escuridão. Indefesa, com dois filhos pequenos. Ontem visitei se não o ódio profundo, pelo menos a leoa que protege a cria.

Mundo cão. E lá eu estava, sem luz.

Querendo matar de tanta raiva.

Esbravejando no deserto das reclamações telemarketicas.

Esquecendo o silêncio gerador de novas luzes. Lá era, sobretudo, um grande e sedutor vazio de forjado protesto. Ontem odiei, só isso é certo. Ainda que não socialmente.

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