Tem um lampejo de consciência rasgando uma pele frágil, movendo o corpo de dentro pra fora, com gestos tão estranhos que ele, sem querer, se corta. A cicatriz não deixa de ser tatoo de batalha. Mesmo batalha na tangente, atiçada pelo desejo só lá de dentro, daquela pessoa estranha e nova pressionando a romper a casca. Se a gente trocasse de pele assim, que nem a cobra, ou mudasse de forma do jeito da borboleta, pelo menos a coisa seria visível. Mas ela só descama, suave. Só vê quem tem olhos microscópicos.
(inspirado pelo caderninho vermelho da Renata, em pleno som de roteiro, em ritmo de Arritmia)