Ano de mercúrio, tudo muitorápidoagorajanesseminuto. Peguei no ar o momento de voltar a dirigir cinema, apesar de parecer impossível, dadas as condições do momento. Não ia fazer, era apertado demais, pepino demais, loucura demais, os meninos, pequenos, buraco na conta, e sei lá tudo aquilo que vem quando a gente tem medo. Mas aí, não sei o que acontece, as coisas vão dando certo, pessoas foram chegando, ajudando, a equipe foi se formando, e todo esse gerúndio acontecendo, de repente o impossível, o improvável foi perdendo força e a história resolveu que queria existir fora do texto. Entreguei-me ao sacerdócio, às doze horas diárias de set, às doze horas restantes do dia pesando no dia seguinte (inclusive nos sonhos), às conversas no carro de um lado pro outro, à correria das decisões imediatas, à espera da nuvem pra tapar o sol, à busca da veracidade cênica, à sauna dos refletores e janelas fechadas, à gratidão pelo muito que cada um oferece, à alegria do convívio intenso e coletivo, ao espanto de ver, através da janela, a vida acontecer de verdade, ainda que fosse mentira.
Entrando aqui pela primeira vez, amando ler o q escreve – sempre gostei- me identificando com algumas coisas…
Gde bj e saudades
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isso é tão bom de ler…
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