Se por um acaso trocassem o estômago pelo coração, que passaria com o ar que o sangue carrega? Tragado, triturado em ácidos, digerido sem fluxo. Haveria, talvez, refluxos de oxigênio.
Que seria do amor na acidez da digestão? Seria ansiar pelo mundo, as pessoas do mundo, como um grande alimento? Um caldeirão centrífugo, tragando o que se necessita para aplacar a fome.
Só sairiam os restos, desnecessários e inúteis. A outros.
E o coração, todo aberto, não reteria alimento, só o deixaria passar, bombeando em desapego, como é próprio de sua natureza.
O ser, então, morreria de inanição devorando o mundo, achando que ânsia era amor.