Você chegou de repente. Coloriu de rosa claro nossa casa, sutil. Transbordou uma delicadeza doce, sem excessos, volátil. Encheu de esperança o inverno, chamou música de pássaros, chamou outras flores em volta. Você encheu meu coração de alegria, você alterou meu ritmo, você mexeu nos meus líquidos, conectou o meu ser à lua, você me deixou redonda, você também me fez flor. Abrandou meus movimentos, me fez rir. Você, flor de inverno, não pertence à primavera. Sua estação foi uma só. Sua missão foi, e é, colorir o cinza, esquentar o frio, anunciar tempos de outras flores em abundância. Você é minha eterna sakura, gerada no amor dos ventos gelados. Efêmera, partiu de mim, pintada em vermelho, para de novo ser todo, para um dia voltar em contorno. Não mais a mesma, mutante que é. Mas ainda flor.
Cunha, te admiro e te amo muito! Pela árvore, grande-mãe, que és, pelas raízes que te mantém firme ao chão, pelas tuas folhas que te aproximam do seu e, especialmente, pelas flores e frutos lindos e doces, eternos e por vezes efêmeros que brotam te você! Bj
CurtirCurtir