tem um retângulo com botões. antes era uma caixa, muitas até ainda existem por aí, mas aos poucos estão sendo amontoadas em algum canto mágico do planeta para onde vão as coisas sem utilidade, ainda que funcionem. (mas isso não vem ao caso)

nos retângulos se projetam imagens de um suposto cotidiano. soube que algumas são falsas (a que chamam histórias) e outras verdadeiras (a que chamam História). não entendi a diferença, mas isso não vem ao caso.

gritam muito nesse retângulo iluminado. entre uma coisa e outra, tentam fazer graça, tentam avisar sobre coisas terríveis que acontecem e estão por acontecer (sofrem muito por imaginação), mostram coisas extraordinárias que não fariam muita diferença no cotidiano, mas parecem imprescindíveis. no caso dessas últimas, custam dinheiros.

muito do tempo se passa ali, nos retângulos.

há também outros menores, que parecem pequenos livros abertos. nesse caso, o olhar é anda mais absorto, além de individual. também se carrega no bolso. imagino que em breve existirão na forma de óculos acoplados a fones de ouvido.

para eles, talvez seja melhor que não.

para eles, talvez esse relato seja óbvio, quase como dizer, como se fosse um espanto, que uma árvore tem galhos com folhas. realmente crêem estar fazendo algo útil com os retângulos. mas eu, que só vejo energia nos corpos em movimento, se pudesse sentir angústia, certamente me contaminaria por essa inércia inconsciente.

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