pronto. criei coragem e mergulhei nesse oceano. precisava de um tema para o trabalho da pós em direção teatral, pensei que era agora ou nunca pra fazer o que eu quero há muito tempo: hello, Master Shakespeare! pleased to meet you!
no começo, eu pensava que o medo era pelo enfrentamento da imagem canonizada. depois de ler algumas coisas e falar com gente que já fez, ficou a dica: quer fazer? vai lá e faz.
fui lá. mas onde é lá? meu deus, aí entendi o medo: não era da Academia, era do lá pra onde eu iria, e já sabia, lá no fundo, o que seria: o turbilhão. mexer em peça dele não é só literatura! não é só teatro. é girar as engrenagens de coisa antiga, máquina mágica. é , na fala, despertar encantamentos. sendo ou não iniciado, ele constrói feitiços – todos tendem à liberdade, mas essa não é a fruta mais acessível da árvore.
escolhi romeu e julieta. posso aqui enumerar várias razões racionais, mas a primordial foi: era um ímã. sou fascinada por essa peça há tempos. e resolvi ver de pertinho, e ao ver, fui empurrada lá. porque shakespeare não te deixa só ver. ele te joga lá, na tempestade. e o único farol é sua poesia.
(e pensar que é só o começo…talvez isso passe de post a categoria nesse blog)