diário de férias

fomos com as crias no mar. primeira vez do Gabriel. terceira do Pedro, mas também parecia a primeira.

chegamos naquele finalzinho de tarde quase noite, mas dando tempo de dar um chego na praia. tomar a bênção, essas coisas. e se perguntar: por que demorei tanto para voltar?

de frente praquilo tudo, eles não resistiram. soltaram as mãos e correram, infinitos, mesmo contra o vento de recomendações. fui atrás, fingindo ser mãe, sendo então mais um pé ansioso de areia e água.

senti, novamente, o caminho percorrido. senti, junto com o vento na pele úmida de sal, que tem muita coisa que assombra, mas nem por isso assusta, e que o medo é só coisa que a gente aprendeu errado.

tão bom foi, sentir novamente os pés na areia espelhada, nem praia nem mar, aquele terreno intermediário-ponte-maleável para água ou terra firme!

que bom foi perceber, também em assombro, que a primeira impressão do mar é tão forte que mesmo a gente que já foi, volta. volta naquele primeiro dia. é como se a pele nova, macia, em contato com tanta intensidade, irradiasse o momento, conectasse pé com pé.

então eu senti no meu pé, cocegando, aquele horizonte aberto daquela primeira lembrança.

foto de Raiji Takano. obrigada, amigo, por eternizar o momento.

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