diário de férias II – ainda sobre o mar

na areia, perto da arrebentação, respirava um ser ainda vivo.

chamei, animada, os meninos: olha! eles, com o entusiasmo de sempre: peixe!

peguei pelo rabo, jogando de volta no mar. nem percebi que busquei neles testemunhas para um ato heróico de salvação.

a onda devolveu o corpo. como, se ainda respirava? como se atreveu o ser, assim, a desistir de existir?

constrangida, fiquei sem palavras. mudei rapidamente de assunto: não, eles não estão preparados para saber tão de repente os segredos da vida.

não, eu não estava preparada pra falar sobre a morte. não assim, tão de repente, no meio das férias de verão.

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