Ontem estive numa loja para uma troca. Peguei tudo M e sem experimentar, mas chegando em casa, ficou apertado.
Fiquei com vergonha.
Não mais do meu corpo – do meu preconceito.
Nem vou entrar no assunto das padronagens, da diminuição das numerações e bla bla bla, que isso é marmita requentada. Vou falar da minha dificuldade em ser grande. Em ocupar espaço. Em ser quem sou, fora da medida considerada – por quem? – ideal.
Então aceitei. Aceitei a música do tempo desenhada em mim, aceitei todas as ondas deixadas pelas gestações, pelos anseios, pelas gulas, pelos medos. Aceitei a medida do presente: não é o corpo do passado nem aquele que poderá ser estreitado por uma nova dieta: agora sou.
E sou G.
Saí da média.
Deixei pra trás a mediocridade.
Desencanei das maneiras.
E quero ocupar meus espaços. Com minhas medidas, com minhas palavras, com minha presença por inteiro.
Porque é revolucionário não pressionar a pele.
Então liberei a dança pintada no corpo: que vá para onde deseja. E leve, então, meu ser, sem a pressão da cabeça ou dos elásticos, para o tamanho que eu necessite.
E que 2014 seja de pura expansão: das palavras, do meu alcance, de minha consciência,
e da liberdade.
Querida. .Lindo texto da verdade, do tamanho que ela é.Eu sempre fui tamanho G, então consigo compreender muito bem essa questão.
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